quarta-feira, 1 de julho de 2009

Nosso ensino

Uma reportagem no site Clicrbs que saiu nessa semana demonstra o quanto a educação é valorizada em nosso estado: “Um levantamento do governo federal mostra que o Rio Grande do Sul investiu apenas 18% do orçamento no ano passado em Educação, quando o mínimo exigido por lei é 25%. Foi o pior resultado no país, segundo o Ministério da Educação”.


Nossa secretária Mariza Abreu quis se retratar dizendo que o MEC havia feito o cálculo errado, pois havia deixado de computar os inativos. Mas convenhamos inativos não contribuem muito para a qualificação do ensino. Com inativos ou não a parcela destinada à educação não deixa de ser a mínima exigida pelo Governo Federal e não abandona de qualquer forma o último lugar no ranking dos investimentos em ensino dos estados brasileiros. E isso, é refletido em muitas parcelas da sociedade e municípios, como Porto Alegre, que nesse ano investiu 16 % de seu orçamento em educação contrariando sua trajetória de lideranças e inovações no jeito de ensinar que em outros tempos já foram sua bandeira.


O ensino de uma forma geral vem sendo degradado e deixado para segunda instância tanto a quem ensina quanto a quem teria que aprender. Professores colocam a culpa no governo que investe pouco, paga pouco, incentiva pouco, mas pouco é também o interesse destes em mudar. O governo Federal culpa o governo Estadual e vice e versa. Os alunos culpam os métodos ultrapassados de ensino que os professores utilizam, professores mais uma vez não procuram atualizarem-se e culpam alunos desinteressados ou retomam as reclamações ao Governo por falta de condições financeiras para fazerem especializações.


Métodos novos e atrativos nas salas de aula em uma sociedade informacional como a nossa é difícil diante dos inúmeros avanços e novidades que surgem aos olhos de uma juventude sedenta por inovações. Essa mesma juventude tão avançada se contradiz diante da atração por algo tão antigo, tão batido e por inúmeras vezes condenado – as drogas. É impressionante como ainda hoje o atrativo do errado fomenta tanto interesse em nossos “jovens transviados”. Não digo tanto pelo antigo prazer de extrapolar quando entramos na adolescência, pois isso está ligado aquele sentimento de fazer o que era proibido pelo papai e que mamãe não aprovava. E isso, em nossa sociedade tão liberal em que pais abandonaram o papel de educadores e o puseram à escola já não faz mais sentido.


Até quando o “empurra, empurra” vai se estender?
Esta pergunta é uma incógnita, e o jogo continua. Professores recém formados, como meu caso, saem de seus cursos com muitos planos e sonhos, algumas utopias. Muitos desses são barrados na dura realidade do dia-a-dia em sala de aula e em vários momentos somos literalmente obrigados a pormos os pés no chão por nossos colegas de magistério já calejados e realistas.
Mas ainda me pergunto: Será que não tem jeito?


Sei que tem! Aclamo pela solução desse problema, insisto em ideais pessoais. Protesto por justiça a todos por sua culpa. TODOS TÊM CULPA. E só quando cada um – Governo, Escola, Professores, Pais e Alunos – assumir sua culpa esse enredo terá outro desfecho. Enquanto nada muda, continuaremos a formar cidadãos sem voz crítica, aleijados no quesito boa educação e respeito, além de mão-de-obra barata, desqualificada e a sermos destino de empresários internacionais que não se cansam em explorar. Pensem em seus atos...

Um comentário:

  1. Ae Ficou legal o post.

    Cumprimentos,
    Bruno

    tenho carteza que tu já estás fazendo a tua
    parte!bjo
    Abraço,
    Rosangela

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