VIVENDO ENTRE OS NACIREMA
Este texto trata de um povo com uma cultura um tanto diferenciada “Os Nacirema”. Um povoado bastante numeroso, porém pouco conhecido. Durante o tempo que estive com eles pude acompanhar a rotina de uma parte da sua sociedade. Então percebi que vivem em habitações que abrigam um núcleo familiar bastante restrito, quase sempre apenas pais e filhos e em alguns casos apenas pai ou mãe, os mais velhos quando já não podem mais contribuir com força física à sociedade são isolados em recintos onde são preparados para morte, lá ficam por alguns anos até que partem desta vida.
O ritual acima citado nos parece um pouco cruel, mas não se olhado por uma perspectiva nacirema, uma vez que sua sociedade se preocupa muito com as atividades econômicas exercidas. Esse povo é conhecido por seu forte comércio de produtos por eles mesmos confeccionados. Notamos também que alguns destes produtos apresentam valores diferenciados, mesmo que tenham qualidade e funcionalidade semelhante. Exemplo disto está em suas vestimentas nas quais representam divindades diferentes, mesmo que apresentem o mesmo material e finalidade são diferenciadas por pinturas, aqueles que possuem mais posses idolatram deuses mais conhecidos e por isso mais valiosos.
Tais divindades exercem uma influencia maléfica nas mentes dos naciremas principalmente nos que estão ingressando na fase adulta (entre 12 e 18 anos) a ponto deles fazerem coisas as quais a sociedade de um modo geral condena como roubos e em casos extremos assassinatos para poderem adquirir uma peça desta vestimenta sagrada.
Os naciremas preocupam-se muito com sua aparência e constroem em suas próprias residências pequenos santuários de adoração ao seu corpo. Embora suas casas sejam de uso familiar, os rituais nestes santuários são feitos de forma individual. Apenas crianças em sua fase de iniciação são acompanhadas por um adulto, quase sempre a mãe.
Para este santuário são reservadas as mais ricas pedras de cobertura para as paredes, desse modo até as mais toscas moradias preocupam-se em enfeitá-la para contentar seus deuses. O ponto principal do templo sagrado é uma pequena caixa embutida ou fixada na pare de onde apresenta geralmente uma superfície refletora. Nessa guardam inúmeras poções e encantamentos que eles acreditam serem essenciais para sua sobrevivência. Ali estão acomodados essências olfativas que disfarçam seus odores naturais repugnados em sua cultura, as mulheres encontram ali poções da juventude, pois preocupam-se em retardar ao máximo o ciclo natural da natureza em seus corpos, os homens por sua vez guardam no interior desta caixa laminas que utilizam para raspagem dos pelos faciais que parece não serem muito bem aceitos pela sociedade.
Logo abaixo da caixa de superfície refletora encontramos uma pequena pia batismal onde todos os dias pela manha os moradores da casa, um a um, se purificam lavando seus rostos com água ao mesmo tempo em que reverenciam o Deus da caixa.
Outro ponto que chama a atenção nesse povo é a relação entre os jovens em fase de aprendizagem. Durante parte do dia são obrigados a ficarem enclausurados em um templo do saber onde os sacerdotes que detém o saber da humanidade se preocupam em convencê-los que assuntos que não os interessam são necessários à sua vida social. Porém pouco adianta, pois apresentam satisfação apenas quando se encontram sozinhos em casa, frente a um equipamento luminoso quadrado onde expressam seus reais sentimentos, acreditam também que por meio deste possam ser compreendidos a distância por seus companheiros de enclausuramento.
A análise feita deste povo dominado pela crença em deuses e na magia de suas poções mágicas nos revela que em muito se afastam da condição natural dos seres humanos, pois não apresentam nenhum sentimento de solidariedade pelos membros da sociedade aos quais passam necessidades e não pertencem ao núcleo familiar a ponto de não oferecerem comida aos que passam fome nem teto aos sem abrigo, mesmo quando, em muitos casos, lhes é farto. Além disso, possuem uma visão individualista de mundo e não se preocupam com o bem comum. Isso de certa forma vem agredindo sua sociedade uma vez que a falta de compaixão para com o outro e o meio onde vivem vem danificando suas relações interpessoais e destes com o meio ambiente.
Elaborado com base no texto: “Ritos corporais entre os naciremas”
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