Lembro-me de quando estava aprendendo as letras, encantado com os sons e as possibilidades que elas traziam. Abria-se em minha frente inúmeras alternativas de expressão e admito que isso me encantava.
Ainda nesse universo de descobertas surge a decepção que amargou minha percepção: como você, esculturalmente tão bem desenhada, não compartilha tão bela forma com a palavra doce, que não ganha o acabamento do acento? A proximidade das palavras também as distanciavam de certa forma em sua pronúncia, e isso perturbou-me por muito tempo.
O doce tornou-se inacabado, faltou a lapidação ''do chapeuzinho do vovô''. Que regras norteadoras de senhoras oxítonas e paroxítonas me perdoem, pois, permito-me ainda concordar com meu olhar infantil: o doce seria mais doce se docê como você.
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