terça-feira, 22 de novembro de 2011

Recebi um email muito interessante e gostaria de compartilhar

Tomamos a liberdade de postar no seu blog, e você tem direito de usar as informações, como lhe convier. Usamos o pseudônimo “professores”, porque precisamos evitar novas retaliações e sanções. Já que vivemos num país “pretensamente democrático” e já fomos perseguidos em outras situações por expressar nossas opiniões.
Apenas pedimos que antes de nos julgar antipáticos e inconvenientes, conheçam nossas razões.



“Queremos deixar claro, que acima de questões salariais, estamos mobilizados pela preocupação com a qualidade do nosso trabalho, que é formar cidadãos críticos e como esta será comprometida pelas novas propostas do governo. Quanto à questão salarial estamos exigindo um direito que nos foi garantido por lei desde 2008.

O Supremo Tribunal Federal diz que ”nenhum professor pode ganhar menos de R$ 1187,00 neste país”. Porém o Excelentíssimo Governador do Estado do Rio Grande do Sul, ex- ministro da Educação e criador da Lei que estabelece o piso salarial para o magistério, nega-se, alegando falta de verbas, a cumprir a lei. Tendo sido uma das razões de sua eleição a promessa do cumprimento da lei . Este mesmo governador entra com recurso junto ao Ministério Público, alegando a inconstitucionalidade da lei, criada por ele.

Nós, “cidadãos comuns”, ao infringirmos uma lei, incorremos em processo ou até mesmo prisão. Então, não cumprir a lei é grave! Porque o Governo do Estado não é obrigado a cumprir a lei? Como dizer aos jovens, que nos cabe educar, que as leis devem ser cumpridas, respeitadas ?

Não bastasse isso, está sendo IMPOSTA a mudança curricular do ensino médio, a começar em março do ano que vem, sem que para isso os professores tenham sido preparados, sequer fomos consultados e percebemos que essas mudanças prejudicam a qualidade do ensino público, ao invés de qualificá-lo como alega a Secretaria Estadual de Educação. Ao agrupar os conteúdos e reduzir a carga horária de disciplinas como matemática e português a uma hora semanal, para incluir conteúdos técnicos regionalizados(?), ou seja direcionado as necessidades do mercado de trabalho, estará diminuindo preparo de nossos alunos para concorrer ao vestibular e ENEM. Os estágios,que agora passam a ser obrigatórios, provavelmente não serão mais remunerados. O que, se ocorrer, prejudica a renda do jovem, que está iniciando o mercado de trabalho e quer ter sua própria renda e sem possibilidade de ajudar sua família e estudar. A pretensa discussão, sobre as mudanças no ensino médio, proibia as propostas contrárias ao documento oficial. Cabe a pergunta: que tipo de discussão é essa? A pessoa enviada à nossa escola para prestar esclarecimentos sobre a nova proposta do governo, gerou mais dúvidas do que as já existentes.Como realizar um bom trabalho, se não temos diretrizes claras e nem os espaços previstos para o cumprimento imediato dessa mudança. Nós temos de cumprir isso imediatamente e às cegas. Nós, “cidadãos comuns” temos de cumprir imediatamente as imposições do governo, já o governo não está cumprindo a lei federal.

Dentre outros atos “democráticos” desse governo encontra-se o decreto da meritocracia, ao qual somos contra, pois entre outras coisas nos responsabiliza pela evasão escolar, sendo que não somos os únicos responsáveis, pois convivemos com necessidades que estão muito além da aprendizagem (necessidades de emprego, alimentação, dificuldades emocionais e familiares e até mesmo, em alguns casos, envolvimento com o crime), que a escola não tem condições de suprir , ou por falta de profissionais ou porque simplesmente está fora de seu alcance.

Querem impor aos professores a responsabilidade de mudar a sociedade, mas não respeitam nossos direitos, nem que os “Deuses” do STF determine seu cumprimento. Como formar cidadãos se não somos tratados como cidadãos?

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